DOCUMENTO INFORMATIVO: ATUALIZADO EM 29 DE FEVEREIRO DE 2020

Um surto de pneumonia em pessoas na China vem despertando preocupação mundial com um novo coronavírus, denominado SARS-Cov-2 (severe acute respiratory syndrome coronavírus 2), como um risco global à saúde pública.

O novo coronavírus foi identificado após a notificação de casos de pneumonia de causa desconhecida em dezembro de 2019, diagnosticados inicialmente na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei. Milhares de casos já foram detectados na China e a doença foi exportada por viajantes para muitos outros países. Inicialmente, não havia evidências claras de transmissão de pessoa a pessoa. Nas últimas semanas, no entanto, a propagação de pessoa a pessoa do SARS-Cov-2 foi confirmada, como demonstrado por novos casos de pneumonia viral entre familiares e agentes de saúde através de contato próximo. Em janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) nomeou temporariamente o novo vírus como novo coronavírus de 2019 (2019-nCoV). No entanto, em 11 de fevereiro, ele foi definitivamente chamado de SARS-Cov-2 e a doença causada por esse vírus foi denominada "Doença do Coronavírus 2019" (abreviada como "COVID-19"). Enquanto mais casos da doença estão sendo relatados diariamente na China e em outros países, a fonte exata do surto ainda não é conhecida. Atualmente, não há evidências sugerindo um hospedeiro animal específico como reservatório de vírus e outras investigações estão em andamento. Os coronavírus pertencem à família Coronaviridae. Os alfa e beta coronavírus geralmente infectam mamíferos, enquanto os gama e delta coronavírus geralmente infectam pássaros e peixes. O coronavírus canino, que pode causar diarréia leve, e o coronavírus felino, que pode causar peritonite infecciosa felina (PIF), são ambos alfa-coronavírus. Esses coronavírus não estão associados ao atual surto de coronavírus. Até o aparecimento do SARS-Cov-2, que pertence aos beta-coronavírus, havia apenas seis coronavírus conhecidos, capazes de infectar humanos e causar doenças respiratórias, incluindo o SARS-CoV, causador da Síndrome Respiratória Aguda Grave (identificado em 2002/2003), e o MERS-CoV, causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (identificado em 2012). O SARSCov-2 é geneticamente mais relacionado ao SARS-CoV do que ao MERS-CoV, mas ambos são betacoronavírus com origem em morcegos. Embora não se saiba se a COVID-19 se comportará da mesma maneira que a SARS e a MERS, as informações de ambos os coronavírus anteriormente identificados podem fornecer recomendações sobre a COVID-19. Nas últimas semanas, houve rápidos progressos na identificação da etiologia viral, isolamento do vírus e desenvolvimento de ferramentas de diagnóstico. No entanto, ainda existem muitas questões importantes que precisam ser respondidas. As informações e os conselhos mais atualizados sobre a infecção humana podem ser encontrados nos seguintes sites: • Organização Mundial da Saúde (OMS) (link) • Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) (link) As informações mais atualizadas relacionadas à saúde animal podem ser encontradas no seguinte site: • Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE) (link) 2 Em resposta a esse surto, o Comitê Científico (SC) e o Comitê de Saúde Única (OHC) da Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA) prepararam, em colaboração com indivíduos interessados em Saúde Única em todo o mundo, a seguinte lista de perguntas frequentes para os membros da WSAVA. Estamos cientes de questões relacionadas ao abandono de animais na China e esperamos que essas informações sejam úteis para veterinários de todo o mundo lidarem com as preocupações de seus clientes. Como posso ajudar a proteger a mim e a minha equipe clínica? Visite a página de prevenção e tratamento da COVID-19 para saber mais sobre como se proteger de doenças respiratórias, como a COVID-19 (link). A COVID-19 pode acometer animais de estimação? Atualmente, não há evidências de que animais de estimação (cães e gatos), possam ser infectados pelo SARS-Cov-2 ou transmitir a COVID-19. Esta é uma situação em rápida evolução e as informações serão atualizadas à medida que estiverem disponíveis. Devo evitar o contato com animais de estimação ou outros animais se estiver doente com a COVID19? O CDC recomenda o seguinte: “Você deve restringir o contato com animais de estimação e outros animais enquanto estiver doente com a COVID-19, assim como faria com outras pessoas. Embora não tenha havido relatos de animais de estimação ou outros animais adoecendo com a COVID-19, ainda é recomendável que pessoas doentes com a COVID-19 limitem o contato com animais, até que mais informações sejam conhecidas sobre o vírus. Quando possível, peça a outro membro da sua família que cuide dos seus animais enquanto estiver doente. Se você está doente com a COVID-19, evite o contato com seu animal de estimação, incluindo acariciar, aconchegar-se, ser beijado ou lambido e compartilhar alimentos. Se você precisar cuidar do seu animal de estimação ou ficar perto de animais enquanto estiver doente, lave as mãos antes e depois de interagir com os animais e use uma máscara facial.” Verifique se há novas atualizações no site do CDC. Se meu animal de estimação esteve em contato com alguém doente com COVID-19, ele pode transmitir a doença para outras pessoas? Embora ainda não tenhamos certeza, não há evidências de que animais de estimação possam ser infectados ou transmitir o SARS-Cov-2. Também não sabemos se eles podem ficar doentes por uma infecção com este novo coronavírus. Além disso, atualmente não há evidências de que animais de estimação possam ser uma fonte de infecção para as pessoas. Esta é uma situação em rápida evolução e as informações serão atualizadas à medida que estiverem disponíveis. O que devo fazer se meu animal de estimação desenvolver uma doença sem causa determinada e estiver em contato com uma pessoa com a COVID-19? Ainda não sabemos se animais de estimação podem ser infectados pelo SARS-Cov-2 ou ficar doentes 3 com a COVID-19. Se o seu animal de estimação desenvolver uma doença sem causa definida e foi exposto a uma pessoa com a COVID-19, converse com um agente de saúde pública que esteja acompanhando o tratamento do doente com a COVID-19. Se sua área possui um veterinário ligado à saúde pública, o agente de saúde pública responsável pelo caso deverá consultar o veterinário ou outro funcionário responsável. Se o veterinário de saúde pública do município, ou outro funcionário da saúde pública, recomendar que você leve seu animal a uma clínica veterinária, ligue para a clínica e informe que está levando um animal de estimação doente que foi exposto a uma pessoa com a COVID-19. Isso dará tempo à clínica para preparar uma área de isolamento. Não leve o animal a uma clínica veterinária, a menos que seja instruído por um agente da saúde pública. Quais são as preocupações com animais de estimação que entraram em contato com pessoas infectadas com esse vírus? Embora a COVID-19 pareça ter surgido de uma fonte animal, agora está se espalhando de pessoa a pessoa. Acredita-se que a disseminação pessoa a pessoa ocorra principalmente por gotículas respiratórias produzidas quando uma pessoa infectada tosse ou espirra. No momento, não está claro o quão facilmente ou de forma sustentável esse vírus está se espalhando entre as pessoas. Mais informações podem ser obtidas no link a seguir: spread of newly emerged coronaviruses. É importante ressaltar que não há evidências de que animais de companhia, incluindo animais de estimação como cães e gatos, possam ficar doentes com a COVID-19. O que deve ser feito com os animais de estimação nas áreas em que o vírus está ativo? Atualmente não há evidências de que animais de estimação possam ser infectados com esse novo coronavírus. Embora não tenha havido relatos de animais de estimação ou outros animais adoecendo com a COVID-19, até que saibamos mais, evite o contato com animais com os quais você não está familiarizado, e sempre lave as mãos antes e depois de interagir com os animais. Se você está doente com a COVID-19, evite o contato com animais em sua casa, incluindo acariciar, aconchegar, ser beijado ou lambido e compartilhar alimentos. Se você precisar cuidar do seu animal de estimação ou ficar perto de animais enquanto estiver doente, lave as mãos antes e depois de interagir com os animais e use uma máscara facial. Esta é uma situação em rápida evolução e as informações serão atualizadas à medida que estiverem disponíveis. Os veterinários devem começar a vacinar cães contra o coronavírus canino devido ao risco de SARSCov-2? As vacinas contra o coronavírus canino disponíveis em alguns mercados globais destinam-se a proteger contra a infecção entérica por coronavírus e NÃO são licenciadas para proteção contra infecções respiratórias. Os veterinários NÃO devem usar essas vacinas diante do surto atual, pensando que pode haver alguma forma de proteção cruzada contra o SARS-Cov-2. Não há absolutamente nenhuma evidência de que a vacinação de cães com as vacinas comerciais disponíveis forneça proteção cruzada contra a infecção pelo SARS-Cov-2, uma vez que os vírus entéricos e respiratórios são variantes distintas do coronavírus. Atualmente, não existem vacinas disponíveis em nenhum mercado para infecção respiratória por coronavírus em cães. [Informações do Grupo de Diretrizes de Vacinação, VGG-WSAVA]. 4 Qual é a resposta da WSAVA ao relato de que um cão foi "infectado" com COVID-19 em Hong Kong? Notícias de Hong Kong em 28 de fevereiro indicaram que o cão de um paciente infectado havia testado 'fracamente positivo' para COVID-19 após testes de rotina. O Departamento de Agricultura, Pescas e Conservação (AFCD) de Hong Kong informou que o cão, que não apresenta sinais clínicos, foi colocado em quarentena e mais amostras serão coletadas para confirmar se o cão está realmente infectado pelo vírus ou se o resultado do teste foi causado por contaminação ambiental. O site do AFCD afirma ainda que "não há evidências de que animais de estimação possam estar infectados com o vírus que causa a COVID-19 ou que possam ser uma fonte de infecção para as pessoas". A WSAVA recomenda que os proprietários de animais de estimação em áreas onde há casos humanos conhecidos de COVID-19 continuem seguindo as informações de seu documento informativo, lavando as mãos antes de interagir com seus animais de estimação e, se estiverem doentes, usando máscaras quando perto deles. Atualizaremos nossas orientações à medida que mais informações estiverem disponíveis. Nota: A WSAVA reconhece que nem todas as recomendações se aplicam para todas as áreas ou regiões a todo o tempo, dependendo do risco epidemiológico e da redução de riscos na área. A WSAVA incentiva os veterinários a manter contato próximo, e seguir as instruções, de sua autoridade veterinária local.